quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Vida Difcil

Semana ruim. Final da semana ruim, melhor dizendo.
Quinta-feira sou mandada embora com a velha desculpa de contenção de despesas e descubro que faculdade já era, por problemas de pagamento.
Fico uma pilha e me tranco no quarto e como se já não bastasse merda o suficiente para a semana toda, papai resolve discutir a relação familiar.
Vou com as mãos cheias de tinta verde até a sala de estar e ouço, - até aonde deu- em silencio.
Até o momento que ele não agüenta minha indiferença (que na verdade era proposital para não lançar uma cadeira na cabeça da alguém) e aproveita para dizem que a culpa é minha de tudo o que acontece com o resto da humanidade.

Sexta-feira, acordo cedo e vou até o Mc Donalds mais próximo que há, e encontro outras duas amigas, qual uma delas teve uma quinta-feira feira de cão, mas ainda tem o emprego.
Junta choramos as pitangas e afogamos a culpa em um copo de 500ml de coca-cola e nos revoltamos com o mundo, quebrando o regime que havíamos começado no dia anterior.
Apesar dos problemas, as outras duas tem coisas pra fazer, então mesmo que contra a vontade, volto pra casa.
No caminha mando uma mensagem para uma das minhas melhores amigas na turma, a tembém Ana; Ana Luiza Colman e pergunto se vai rolar boteco para comemoração de aniversario de uma outra amiga.
Vou a clima de despedida e em cada estação que o trem estacionava e aproximava e a cada vagão pelo qual passava me batia uma sensação de nostalgia e arrependimento por ter ido.
Chegando lá, resolvo ver o esquema de bolsa de estudos e pela minha grande decepção, se eu tiver sorte só no próximo ano, e não dá, não quero esperar tanto.
Sento então na escada de entrada e penso na vida, olho todo aquele pessoal; As patricinhas mal sucedidas, os futuros ex – alcoólatras, os namorados, os surfistas do asfalto, os viciados, os que não são porra nenhuma, os que serão grandes profissionais, as pessoas que eu não gosto, pessoas que gosto, pessoas que desconheço.
Naquele momento, me deu uma sensação de impotência por não poder passar a catraca, por não poder, fazer nada, por não ter feito nada antes.
Quando estou indo embora, encontro Fernando, grande amigo que teve a mesma infelicidade que eu, e que inclusive tem o mesmo plano.
Vê-lo me animou muito, até passamos ilegalmente a catraca, a coisa mais ilegal que já fiz na minha vida.
Chegando a sala, encontro o velho e bom pessoal que me faz uma falta absurda, assisto um pouco de aula, dou abraços apertados, risadas forçadas, leves gargalhadas, e sinceros sorrisos.
Naquele momento, quando eu já não me achava, importante pra ninguém, e saber que ali as pessoas sentiram minha falta, me fez correr atrás de algo que, eu nunca me imaginei capaz.
Ir atrás dos meus sonhos, já que infelizmente ou felizmente, ninguém pode fazer isso por mim.