sexta-feira, 4 de maio de 2012

Encontrei a vida, assim, sorrindo no centro, na esquina, na avenida.
Ele me veio de boina, bengala e sorriso, me pegou pelo braço e antes que eu dissesse  qualquer coisa, me disse para acreditar no amor,
Me disse dos seus.
Contou que o dele hoje vêm acompanhado com sono e banho de tarde na banheira,
Banho pra jogar conversa fora - os banhos são de hoje, mas o amor é de longe.


Me contou de como a arquitetura mudou nesses últimos 96 anos.
O quanto tem visto e quanto eu vou ver!
Em um quarteirão, me definiu a medicina e a tecnologia.
Comentou que caminhar faz bem, mais pra cabeça do que para as pernas, já que cedo ou tarde elas precisarão de apoio.
- Dá certo, é só saber fazer.
Me disse também que com o tempo a gente pode perder a visão,
- mas aí é só assumir as lupas!

Chegando à esquina do fim da conversa, ele diz:
- A vida é cheia de coisa, só não se pode ter medo, não tente adivinhar, apenas sinta, vibre, sinta de novo, mas vós não sentardes... só quando for tarde... na banheira...
Por enquanto fique contente!





Eu sorridente,
fiquei num estado de graça,
e sem medo parti, de pé.
Vibrando.




Me senti o cego levado por Amelie.